Agricultura regenerativa: recuperação de ecossistemas por meio da agricultura

Por Ingrid Graziano, "líder" de Produtos de Sustentabilidade para a Cargill América do Sul

09.05.2024 | 14:38 (UTC -3)

Os sistemas agrícolas na América do Sul têm avançado nas últimas décadas e se tornado protagonistas não só na produção de alimentos e bioenergia para o mundo, mas também uma importante ferramenta para a regeneração dos ecossistemas. 

No processo de entender suas responsabilidades frente aos desafios que vão além de preservar áreas de vegetação nativa, alguns representantes do setor já estão investindo em tecnologias e inovações que possam promover sistemas agrícolas de produção mais eficientes e trabalhem para regenerar o ambiente, principalmente o solo, trazendo resiliência e sustentabilidade para o produtor rural e toda a cadeia produtiva. 

É nesse contexto que surge o que chamamos de agricultura regenerativa, um modelo de produção agrícola baseado em regenerar a biodiversidade do solo e o ambiente, trazendo mais vida e complexidade a esses sistemas de produção. Isso é possível com o uso de práticas de conservação de solo, bioinsumos, incremento de matéria orgânica no solo, conservação e retenção de água. Essas práticas, além de promoverem sistemas mais eficientes, também têm o potencial de sequestro de carbono, sendo uma potente ferramenta na mitigação e no enfrentamento dos desafios das mudanças do clima.

O Brasil é um protagonista quando falamos em agricultura regenerativa! O que buscamos com ela é ir além da visão de simplificar os processos: precisamos alinhar nossas práticas com o modo como a natureza age, com mais diversidade e sistemas mais heterogêneos. Na prática, queremos criar redes de interação e promover maior fertilidade do solo, resistência a desafios climáticos e, portanto, maior eficiência. Todo mundo sai ganhando!

A agricultura regenerativa já faz parte das estratégias globais da Cargill, pois entendemos que será por meio desse modelo que garantiremos a segurança alimentar e enfrentaremos os desafios das mudanças do clima. Nos Estados Unidos, por exemplo, mantemos desde 2021 o programa RegenConnect, que fomenta práticas agrícolas regenerativas recompensando financeiramente o produtor rural pelo sequestro de carbono.

O objetivo é facilitar e incentivar a adoção das práticas regenerativas, que vão desde o não revolvimento do solo até a implementação de culturas de cobertura, por meio do e técnico de um time de agrônomos conservacionistas que auxiliam os agricultores no planejamento do manejo agronômico de suas propriedades. Além disso, realizamos a medição e o reporte dos impactos dos manejos adotados no sequestro de carbono.

Um ponto alto de como estamos caminhando nesta agenda no Brasil é o ReSolu, programa lançado para promover a construção desta nova geração de sistemas agrícolas, mais resilientes e eficientes, pautados em solos mais vivos e ecossistemas mais diversos. O ReSolu traz aos produtores rurais uma plataforma completa de soluções, para acelerar e dar escala à agricultura regenerativa no País. Baseado em quatro pilares – assistência técnica especializada, portfólio de insumos, finanças verdes e mensuração de carbono – o programa está organizado em duas frentes: conversão de áreas degradadas para a agricultura, com práticas agronômicas mais sustentáveis, e adoção de práticas regenerativas em áreas agrícolas já estabelecidas, para melhorar a saúde do solo.

Com essa plataforma de soluções, esperamos não só estimular a prosperidade dos produtores rurais como também estimular o uso da agricultura como ferramenta de geração de impacto positivo no ecossistema, por meio de uma iniciativa que reúne benefícios para o meio ambiente, como a redução de gases de efeito estufa, a conservação de recursos hídricos e o aumento da saúde do solo e da biodiversidade.

Estes programas, tanto no Brasil quanto no exterior, fazem parte do compromisso que a Cargill assumiu desde sempre com o produtor e com a sustentabilidade. A agricultura é a forma como fazemos esse compromisso se tornar realidade e, no caso do Brasil, ela é chave para alcançarmos índices cada vez mais altos de excelência e boa gestão dos recursos naturais.

*Por Ingrid Graziano, "líder" de Produtos de Sustentabilidade para a América do Sul

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