Vazio sanitário da soja inicia na Região 2 do Paraná
A Região corresponde ao norte, noroeste, centro-oeste e oeste do estado
Atendendo a uma demanda de diversificação de variedades, novas cultivares de laranjeira-doce, denominadas Kawatta e Majorca, foram lançadas hoje (3/6), durante a 50ª Expocitros. As variedades combinam precocidade e alta qualidade de suco, com destaque para o sabor e a coloração.
As inovações foram selecionadas e avaliadas pela Embrapa e o Centro de Citricultura Sylvio Moreira (CCSM), do Instituto Agronômico (IAC), em parceria com a Fundação Coopercitrus Credicitrus (FCC), e representam mais um avanço da Unidade Mista de Pesquisa e Transferência de Tecnologia (Umiptt) Cinturão Citrícola (SP). O projeto contou ainda com a colaboração do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), universidades e produtores.
As laranjas Kawatta e Majorca são introduzidas do Suriname e da Flórida, respectivamente, e são avaliadas desde o início da década de 1990 no estado de São Paulo. De acordo com a Embrapa, os materiais destacaram-se em ensaios de competição como alternativas de variedades de maturação precoce, com colheita entre maio e agosto, alta qualidade de suco, coloração mais intensa e boa relação sólidos solúveis/acidez, caracterizado como critério de avaliação de sabor.
As variedades precoces mais cultivadas no Brasil atualmente, as laranjas Hamlin e Valência Americana, são muito produtivas, porém, apresentam frutos e suco com menor qualidade em termos de coloração e sabor, especialmente a Hamlin, mais plantada entre as precoces.
Eduardo Girardi, pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura (BA), explica que as variedades precoces são mais convenientes para a citricultura, oportunizando a colheita mais rápida e menor risco de exposição à seca, devido ao ciclo mais curto de produção. Ele també destaca a facilidade na poda e, eventualmente, na colheita mecanizada.
“Além disso, as duas variedades apresentam boa produtividade sem irrigação, acima de 30 toneladas por hectare, e já foram avaliadas em várias regiões do estado de São Paulo com os três principais porta-enxertos (parte radicular da planta de citros) usados no estado, mostrando-se compatíveis”, salienta.
Quando o assunto é variedade de laranja-doce com maturação precoce, a pesquisadora Camilla Pacheco, da área de Melhoramento Genético de Plantas, do Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento Agrícola da Citrosuco, destaca que o cenário engloba a baixa diversificação de cultivares, baixa qualidade sensorial, produção de sucos com menor teor de sólidos solúveis e menor intensidade de sabor. Essa perspectiva, segundo Camilla, é bem desafiadora para a indústria processadora de suco de laranja, especialmente para a produção de suco pasteurizado não concentrado (NFC – Not From Concentrate), que possui maior valor agregado na cadeia citrícola em comparação ao suco concentrado congelado (Frozen Concentrated Orange Juice – FCOJ).
“O suco NFC exige matéria-prima de qualidade superior, com maior teor de sólidos solúveis, acidez equilibrada e um perfil sensorial mais rico. Atributos que as cultivares precoces atualmente disponíveis para plantio em larga escala não atendem plenamente. Além dessas limitações, a citricultura enfrenta desafios fitossanitários que impactam diretamente a qualidade da produção. Como, por exemplo, a disseminação do HLB [huanglongbing, também conhecido como greening], que causa alterações fisiológicas nos frutos, reduzindo significativamente a qualidade do suco devido ao aumento da acidez, redução do teor de sólidos solúveis, presença de amargor, além de outras disfunções que corroboram com a ocorrência de sabores indesejáveis”, afirma.
Majorca e Kawatta são suscetíveis ao HLB e outras doenças das laranjas, sendo necessário o manejo apropriado.
O material propagativo será disponibilizado aos viveiristas a partir do segundo semestre de 2025, em parceria com o IAC, por meio da oferta de borbulhas de plantas básicas no estado de São Paulo. Embrapa, CCSM/IAC e FCC são comantenedores das cultivares junto ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
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