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O mercado de grãos encerrou a semana com forte volatilidade. A soja teve queda nas cotações em Chicago, reflexo do bom avanço do plantio nos Estados Unidos. No Brasil, o câmbio ajudou a sustentar os preços internos, mas a comercialização segue lenta. Já o milho enfrenta pressão da colheita da safrinha, enquanto o dólar mais fraco pode favorecer compras de insumos para a próxima safra. Os dados estão disponíveis na Análise do Especialista Grão Direto desta segunda (2/5). Confira:
O mercado internacional de soja teve uma semana marcada por forte volatilidade. As cotações em Chicago voltaram a recuar, encerrando a sexta-feira com o contrato de julho cotado a US$ 10,41 por bushel. A pressão veio do bom ritmo do plantio nos Estados Unidos, favorecido por condições climáticas adequadas. Segundo o USDA, o avanço está dentro da média histórica, o que reforça a expectativa de uma safra cheia.
No Brasil, a colheita da safra 2024/25 está praticamente concluída. Houve relatos de problemas pontuais de qualidade no Rio Grande do Sul e no Paraná, mas o foco agora está nos prêmios de exportação, que seguem pressionados pela lentidão nos embarques, porém os prêmios esboçaram recuperação na semana anterior. Contudo, a soja brasileira segue competitiva frente ao produto americano.
O dólar comercial (PTAX) encerrou a semana acima de R$5,70, contribuindo para sustentar o valor da soja no mercado interno, mesmo com Chicago em queda. Ainda assim, o movimento cambial não foi suficiente para destravar a comercialização, que segue lenta e marcada por cautela diante das incertezas externas e da pressão nos prêmios.
A continuidade do clima seco nas regiões produtoras dos EUA mantém a expectativa de uma boa safra americana. O mercado segue atento aos boletins climáticos e ao ritmo de plantio, fatores que devem continuar exercendo forte influência sobre os preços em Chicago nas próximas semanas.
Do lado brasileiro, a Anec revisou para baixo as estimativas de exportação para o mês de maio, reflexo da lentidão nos embarques e da competitividade dos preços internacionais. Esse movimento pode manter os prêmios de exportação pressionados, o que tende a travar o mercado físico internamente.
O cenário externo também permanece como uma variável importante. A falta de avanços nas negociações comerciais entre China e Estados Unidos mantém um clima de incerteza. Qualquer sinal de retomada nas tratativas pode impactar de forma significativa as cotações internacionais, podendo até mesmo favorecer o cenário brasileiro.
Diante desse ambiente de ampla oferta e incertezas externas, a recomendação para o produtor é reforçar a gestão de margem. Aproveitar repiques pontuais de preços e monitorar atentamente os movimentos do dólar e dos prêmios pode garantir melhores condições de venda ao longo das próximas semanas.
O mercado brasileiro de milho segue pressionado por uma combinação entre oferta crescente e demanda mais contida. O bom desenvolvimento da safrinha junto ao início da colheita eleva a disponibilidade do grão e pode continuar pressionando os preços em praticamente todo o território nacional.
A demanda interna se manteve estável, com compradores mais cautelosos aguardando oportunidades melhores de compra. Os setores de etanol e ração seguem ativos e ajudaram a limitar uma queda ainda maior nas cotações, mas ainda não foram suficientes para reverter a tendência de baixa.
No mercado internacional, os preços em Chicago também recuaram. A principal pressão veio do bom avanço do plantio nos Estados Unidos e do volume mais fraco nas vendas externas. O contrato de julho encerrou a semana anterior a US$4,44/bushel, refletindo esse movimento de baixa.
O bom desenvolvimento da safrinha e o início da colheita devem manter o mercado pressionado no curto prazo. A oferta elevada tende a continuar impactando negativamente os preços, especialmente enquanto os compradores mantiverem uma postura mais retraída.
Apesar disso, setores como o de etanol e ração devem seguir contribuindo para dar sustentação ao mercado, principalmente em momentos pontuais de queda mais acentuada. A demanda, ainda que estável, pode exercer um papel relevante na contenção de movimentos mais agressivos de baixa.
No cenário externo, o mercado está atento à divulgação dos próximos relatórios de desenvolvimento da safra americana, divulgados toda segunda-feira pelo USDA. A atualização das estimativas de produção e estoques mundiais pode trazer nova volatilidade aos contratos futuros. O relatório de oferta e demanda do USDA será divulgado no dia 12/06 (quinta-feira da próxima semana).
O clima nas regiões produtoras dos EUA seguirá no radar, sendo um dos principais indicadores dos preços internacionais nas próximas semanas.
A moeda americana segue em trajetória de enfraquecimento global, refletindo tanto dados econômicos internos nos Estados Unidos quanto o tom mais diplomático entre as principais economias globais. A melhora na relação comercial entre EUA e China reduziu o nível de aversão ao risco no mercado internacional, favorecendo moedas emergentes como o real, porém decisões econômicas internas do Brasil podem limitar a queda da moeda americana frente ao real.
No Brasil, a expectativa está voltada para a divulgação do IPCA, enquanto, nos EUA, o mercado acompanha de perto o I. Esses indicadores de inflação são importantes, pois podem alterar as perspectivas sobre os juros e impactar diretamente o câmbio.
Para o agronegócio, a valorização do real reduz a competitividade das exportações brasileiras, tornando os produtos menos atrativos no exterior. Por outro lado, o câmbio mais favorável pode ajudar a melhorar as condições de compra de insumos e implementos agrícolas, o que é positivo para o planejamento da próxima safra e visto a valorização recente dos insumos, a queda no dólar pode favorecer o produtor a concretizar compras.
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