MS Safra 2024/25: plantio do milho 2ª safra é concluído
Segundo a Aprosoja/MS, condições das lavouras são relativamente boas
O arroz catarinense fechou abril com queda expressiva nos preços. A saca de 50 quilos foi comercializada a R$ 73,11, valor 30,38% inferior ao registrado no mesmo período de 2024, conforme dados da Epagri/Cepa. A retração é reflexo do aumento da oferta no Brasil e no Mercosul, favorecido pelas condições climáticas positivas, o que tem gerado um excedente no mercado interno e dificultado a recuperação dos preços.
Apesar da desvalorização dos preços referente a safra de 2024, Santa Catarina celebra um marco importante com produtividade recorde estimada em 8,73 toneladas por hectare. O resultado é atribuído ao uso de cultivares de alto potencial produtivo, melhorias no manejo e à regularidade do clima durante o ciclo.
No cenário externo, o desempenho também foi negativo. Entre janeiro e abril de 2025, as exportações catarinenses de arroz somaram US$ 733,99 mil, uma queda de 44% em relação ao mesmo período de 2024. Os principais destinos foram Trinidad e Tobago, Cuba e Senegal. A perda de competitividade frente a países vizinhos com menores custos de produção tem dificultado o escoamento da safra brasileira.
A analista do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa), Glaucia Padrão, explica que o segundo semestre tende a manter a pressão sobre os preços, ainda que o período de entressafra costume favorecer a valorização. “Este ano temos um fator de pressão baixista mesmo na entressafra porque a oferta segue elevada e o Mercosul também tem produção competitiva”, afirma.
Apesar da pressão no mercado interno, o cenário internacional pode abrir brechas pontuais para o arroz brasileiro no segundo semestre. Com os Estados Unidos enfrentando problemas de excesso de chuvas, há expectativa de redução na oferta do país, o que poderia abrir espaço para o Brasil em mercados tradicionais dos norte-americanos. “Porém os países do Mercosul ampliaram sua produção e, com custos de produção mais baixos, são mais competitivos que o Brasil no comércio internacional, dificultando a inserção do arroz nacional em novos mercados,” explica Glaucia.
Conforme a analista da Epagri/Cepa, outro ponto a ser considerado é a crise entre Índia e Paquistão, grandes exportadores mundiais, que podem favorecer o Brasil especialmente em mercados da Europa e África. Ainda assim, o setor arrozeiro entra no segundo semestre com perspectiva de estabilidade nos preços, limitada às oscilações sazonais.
“Para os produtores catarinenses, o cenário é de atenção redobrada e gestão estratégica da comercialização, não indicando grandes mudanças nos preços. A tendência é de manutenção da oscilação sazonal típica da entressafra, com possibilidade de alguma sustentação caso essas oportunidades externas se confirmem,” enfatiza Glaucia.
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