Pesquisa em campo coleta dados da safra de cana-de-açúcar no Mato Grosso
Levantamento inclui pesquisas junto às usinas full (que fazem apenas esmagamento de milho) e usinas flex (milho e cana), além das exclusivas de cana-de-açúcar
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou o relatório de análise mensal da cana-de-açúcar para os meses de setembro/outubro deste ano. De acordo com o estudo, o 2º Levantamento da Safra 2021/22, divulgado pela Conab em agosto, indica que a produção de cana no atual ciclo deve apresentar um recuo de 9,5%, em comparação com a safra anterior, resultado da queda de 4,3% na área cultivada e de 5,5% na produtividade dos canaviais. A produção no campo é limitada pela seca prolongada e pela ocorrência de geadas nos meses de junho e julho, que podem impactar também a safra de 2022/23.
Apesar da ampliação do mix de produção a favor do açúcar, em detrimento do etanol, a produção desta cultura na safra atual é limitada pela menor quantidade produzida no campo. Já a produção de etanol total (cana-de-açúcar e milho) deve apresentar um recuo de 10,8% em relação ao ciclo anterior, resultado da queda de 13,1% na produção de etanol de cana-de-açúcar. Estima-se um crescimento de 11,2% na produção de etanol proveniente de milho. A produção de etanol é limitada pelos problemas climáticos que prejudicaram a produção da cana-de-açúcar no campo.
A restrição da oferta interna do açúcar segue dando e ao aumento dos preços no mercado físico, com tendência de valorização no último trimestre de 2021 diante do cenário de queda da produção na safra 2021/22.
No mercado internacional, os preços do açúcar tendem a variações moderadas. O consumo mundial na safra 2021/22 deve atingir um recorde de 175 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 1,5% em relação ao ciclo anterior, influenciando na redução dos estoques globais, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
O documento também mostra que houve tendência de alta dos preços dos combustíveis neste último trimestre de 2021, movimento que é acentuado no caso dos etanóis anidro e hidratado em razão das adversidades climáticas que limitaram a produção da matéria-prima no campo.
No acumulado dos primeiros seis meses da safra 2021/22 (abril a setembro), o Brasil exportou cerca de 14,6 milhões de toneladas de açúcar, o que corresponde a uma redução de 12,3% na comparação com igual período do ciclo anterior. Apesar do aumento dos preços internacionais na safra atual e da taxa de câmbio elevada no Brasil, a queda da produção interna restringe a disponibilidade de açúcar para exportação.
A exportação do etanol brasileiro no acumulado dos seis meses iniciais da safra 2021/22 atingiu um volume de 971,0 milhões de litros, o que representa um recuo de 33,6% na comparação com igual período da safra ada. A redução da produção na safra atual limita a disponibilidade de etanol para exportação. As importações também seguem limitadas na safra atual, desfavorecidas pela taxa de câmbio elevada no Brasil e tributação integral do etanol proveniente dos Estados Unidos desde o final de 2020. No acumulado de abril a setembro deste ano, o Brasil importou cerca de 81,4 milhões de litros de etanol, o que corresponde a uma redução de 68,7% em relação ao mesmo período do ciclo anterior.
Para ar o estudo completo clique aqui.
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