Sustentabilidade avança no setor do tabaco no Sul do Brasil

Produtores investem em florestas, conservação do solo e diversificação de culturas com apoio de universidades e Embrapa

02.06.2025 | 14:15 (UTC -3)
Eliana Stülp Kroth, edição Revista Cultivar

O setor do tabaco tem se destacado pelas ações de sustentabilidade ambiental implementadas nas regiões produtoras do Sul do Brasil. De acordo com o Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), já são 60 projetos em andamento voltados à preservação de florestas, água e solo, refletindo o compromisso das empresas associadas com práticas responsáveis.

Entre os destaques está o elevado índice de cobertura florestal: levantamento do Cepa/UFRGS aponta que 133 mil propriedades produtoras de tabaco nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná registram média de 31,1% de área coberta por florestas, sendo 19,8% de mata nativa e 11,3% de florestas energéticas cultivadas, principalmente com eucaliptos. O uso de espécies exóticas para produção de lenha é incentivado desde a década de 1970 e contribui para a preservação da vegetação nativa.

O setor também aposta em inovação. Em parceria com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), o projeto “Ações pela Sustentabilidade Florestal” busca aprimorar o manejo de espécies de rápido crescimento, conciliando produtividade com preservação ambiental.

No cuidado com o solo, as práticas conservacionistas vêm ganhando força por meio do Sistema Integrado de Produção de Tabaco (SIPT). Atualmente, 74% dos produtores aplicam técnicas como plantio em camalhões com cobertura vegetal. Em 2025, foi lançado o projeto “Solo Protegido”, realizado com a Embrapa, para diagnosticar propriedades, propor intervenções e monitorar indicadores de conservação do solo.

Outro pilar das ações sustentáveis é a diversificação de culturas. O programa iniciado em 1985, hoje chamado “Tabaco é Agro: Diversificação das Propriedades”, incentiva a rotação de culturas, o cultivo de grãos, o pastoreio de animais e o plantio de espécies florestais. A iniciativa visa fortalecer a segurança alimentar, ampliar a renda dos produtores e reduzir o uso de insumos químicos nas lavouras.

“O setor do tabaco mostra que é possível conciliar produção, sustentabilidade e geração de renda no campo”, resume Valmor Thesing, presidente do SindiTabaco.

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